quinta-feira, 30 de junho de 2011

"O Edvaldo é um mecânico e é heterossexual", adianta Rafael Zulu sobre seu personagem em "Fina Estampa"

Se despir completamente de um personagem de sucesso pode ser uma tarefa difícil para um ator. Ainda mais quando o intervalo entre o último trabalho e o próximo é tão curto. Faz um pouco mais de três meses que Rafael Zulu se despediu de Adriano, seu papel em "Ti-Ti-Ti", um crítico de moda homossexual para lá de afetado. E já está se preparando para dar vida ao Edvaldo de "Fina Estampa", próxima novela das nove da Globo. Por isso mesmo é que o ator, que recebeu o convite para o folhetim de Aguinaldo Silva quando ainda estava no ar na trama das sete, torcia para que o novo personagem fosse completamente diferente do anterior. "De cara, o Edvaldo é um mecânico e é heterossexual", adianta. "Uma coisa é quando você está há um ano e meio, dois anos fora do ar. Eu estou há poucos meses e até hoje as pessoas falam do Adriano para mim", conta.  


Para se familiarizar com essa realidade, Rafael está fazendo um laboratório dentro de uma oficina mecânica de motos bem caras. Lá, aproveita para observar os trejeitos dos profissionais e entender a energia do local. "Por mais que seja uma oficina chique, é uma oficina. A gente não vê na parede uma foto de mulher pelada, mas vê dentro do armário do mecânico", diverte-se. O que mais chamou atenção do ator foi a tecnologia de ponta a qual está tendo acesso. Para saber que problema uma moto tem, basta conectar um cabo, preso a um "laptop", que fornece uma espécie de raio-x, dizendo exatamente o que há de errado nela. "A gente vai ter essa estrutura na novela também, mas de uma maneira falseada, evidentemente", explica. Para combinar com a elegância do lugar onde Edvaldo trabalha, o figurino é de extrema importância. Quando estiver na oficina, o personagem vai usar, basicamente, um macacão "fashion", sem mangas e com capuz. "É todo recortado, contemporâneo", pontua. O que ajuda Rafael a ganhar um distanciamento maior do último personagem é o fato de Edvaldo ser nordestino. Assim, o ator precisa falar o texto com um leve sotaque. Os estudos já começaram. Sempre que pode, Rafael assiste aos capítulos de "Cordel Encantado" para analisar as diferentes maneiras de falar retratadas na novela das seis. "Estou pegando um pouquinho de cada um e sotaque é uma coisa que não tenho muita dificuldade de fazer", ressalta. Na trama, . Vai parar em uma oficina de motos. Mas não é o tipo de oficina com as paredes lotadas de graxa que se vê em muitos lugares. O ambiente é chique e limpíssimo. "É uma oficina como essas da BMW, em que o cliente é recebido com 'prosecco'", surpreende-se.
Na maior parte de suas cenas, Rafael vai contracenar com Juliana Knust, Carlos Casagrande, Marcos Pigossi e Alexandre Liuzzi, que interpretam papéis que trabalham no mesmo local. Mas quando Edvaldo for à praia da Barra, Zona Oeste do Rio de Janeiro, vai encontrar os personagens de Eri Johnson e Marcelo Brou. Para Rafael se integrar melhor com o elenco, as leituras, que estão acontecendo há cerca de um mês, foram fundamentais. É a oportunidade que os atores têm para se conhecer e encontrar o tom da interpretação. "Quando você vai para o 'set', está tudo mais leve, mais digerido", acredita. Depois que a novela estrear, em agosto, Rafael pretende conciliar as gravações com as apresentações do espetáculo "Aonde Está Você Agora?", texto de Regina Antonini. "A peça conta a história de dois amigos que se desencontram e se reencontram no final da vida", conta.
(LUANA  BORGES)

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