quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Casal gay tem pedido de casamento civil negado por juíza no Ceará

Depois de fazer o primeiro contrato de união homoafetiva estável do Ceará em maio deste ano, Leonardo de Carvalho Praxedes, 36, e José Irapuã Mendes Brandão, 35, resolveram converter a união em casamento civil e tiveram o pedido negado por uma juíza da 18º Vara de Família. O casal que está junto há sete anos disse que não vai desistir de se tornar oficialmente casado e recorrerá da decisão no Tribunal de Justiça (TJ-CE). "Vamos até o fim. Se o TJ negar, vamos até o Supremo Tribunal Federal (STF)", afirma Praxedes.

De acordo com o auxiliar administrativo, a juíza que negou o pedido de conversão de união estável para registro civil se baseou em uma questão de gênero. “A juíza alegou que casamento é entre homem e mulher". O casal resolveu pedir o registro civil depois que José Irapuã tentou incluir o companheiro como dependente em um plano de saúde e teve a solicitação negada pela decisão do STF ser "nova demais" e a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) não ter nenhuma norma sobre o tema.

“Com o registro civil, eles teriam a obrigação de me tornar dependente já que seríamos casados", diz Praxedes. Segundo o auxiliar administrativo, antes da decisão do STF, qualquer união estável poderia ser convertida em registro civil. Em Brasília e no interior de São Paulo, a Justiça já converteu a união estável homoafetiva em casamento civil.

O STF reconheceu a união estável de pessoas do mesmo sexo no dia 4 de maio de 2011. No dia 11 do mesmo mês, Leonardo e José Irapuã oficializaram a relação em um cartório de Fortaleza. Antes disso, o casal já tinha realizado, em janeiro, uma cerimônia religiosa para celebrar o “casamento”. De acordo com Praxedes, ainda na tarde desta quarta-feira, o advogado do casal deve dar entra

André Gonçalves celebra personagem gay em entrevista


Olha para o André Gonçalves! Só podia ter características de Hefestos mesmo André Gonçalves foi agredido quando interpretou o Sandrinho, em "A Próxima Vítima", mas revela que, hoje, seu papel em "Morde e Assopra" tem outra repercussão. Menos discreto do que o personagem de 1995, o homossexual Áureo já tem um legião de fãs, motivo de orgulho para o ator, que falou sobre ele em entrevista ao jornal "Folha da Tarde", nesta quarta-feira, 31.
"Acho que como o Áureo é uma figura alegre e engraçada, as crianças se identificam com esse universo lúdico, onde as coisas são mais livres", acredita.

Grupo gay denuncia MTV por premiar letra homofóbica de rapper


 
Por essa a MTV norte-americana não esperava. O grupo ativista GLAAD, que em português significa Aliança dos Gays e Lésbicas contra a Difamação, divulgou um comunicado no site oficial da entidade contestando o prêmio dado ao rapper Tyler, the Creator, no VMA realizado no domingo (28).

O cantor venceu na categoria revelação com o clipe "Yonkers", que teria a letra homofóbica. Um trecho da música diz: "Vou derrubar o avião daquele negro bicha B.o.B e esfaquear Bruno Mars em seu maldito esôfago e não vou parar até os policiais me impedirem". B.o. B e Bruno Mars são dois músicos famosos na terra do Tio Sam. No início de 2011, o grupo já tinha se manifestado contra o rapper e o Odd Future, banda à qual ele pertence, pelas músicas com conteúdo misógino e homofóbico. "A MTV e outros canais deveriam educar seus telespectadores que a homofobia e a misoginia não têm espaço hoje na música", continua o comunicado. Tyler e seus representantes foram procurados, mas ainda não emitiram nenhuma resposta.

Personagem de Marcelo Serrado já cria bordão pelas ruas


Marcelo Serrado, que vive o personagem Crô, em “Fina estampa”, está surpreso com o sucesso do homossexual afetado que interpreta na novela de Aguinaldo Silva.

Ele contou que está sendo abordado nas ruas por telespectadores de todas as idades, sempre de maneira carinhosa.
Semana passada estava caminhando pelo Centro, na Rua Primeiro de Março, e parei para pegar um caderno que caiu no chão. Quando percebi, todos os passageiros de um ônibus parado no sinal estavam mexendo comigo. Eles gritavam: Crô, Crô, Rainha do Nilo! – conta Marcelo. – Nunca vi isso na primeira semana em que uma novela está no ar.”
Segundo o ator, os bordões de Crô – que se refere à patroa como “Pitonisa” e “Rainha do Nilo”, entre outras pérolas – também já estão na boca do povo. Marcelo diz que ele e o autor já imaginavam, antes da estreia de "Fina estampa", que o mordomo seria um personagem popular. Mas não pensava que a repercussão seria tanta.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Boy George vai tocar em cruzeiro gay no Brasil em 2012

O cantor Boy George, 50, vai ser a grande atração de um cruzeiro gay que vai percorrer parte da costa brasileira em 2012. 

O vocalista do Culture Club vai discotecar na primeira festa do Vanity Cruise, que sairá de Santos com destino a Búzios. 

A viagem está marcada para começar no dia 30 de março e retornar ao porto paulista em 2 de abril. 

A farra, para o público gay ou simpatizante, ocorrerá no navio Vision of the Seas, que tem parede de escaladas, spa, piscina interna e ao ar livre, além de seis hidromassagens, entre outros luxos. 


A empresa MOB Produções, que organiza o cruzeiro, negocia a vinda de outras atrações internacionais. 

São esperadas mais de 2400 pessoas para o evento.
A última apresentação de Boy George no Brasil ocorreu em dezembro de 2010.
Em fevereiro, ele cancelou o show que faria aqui, junto com toda a sua turnê pela América do Sul.

Acusado de assassinato na rua Oscar Freire diz que não matou modelo

Acusado de assassinato na rua Oscar Freire diz que não matou 
modelo
Ademar Gomes, advogado de Lucas Cintra Zanetti Rosseti, 21, suspeito de ter assassinado Eugênio Bozola, 52, e Murilo Rezende da Silva, 21, disse hoje que o seu cliente matou "apenas" Bozola. Em depoimento, Cintra alegou legítima defesa e culpou Bozola pela morte do modelo.

Gomes disse à polícia que Lucas veio a São Paulo para trabalhar com Bozola e que tal promessa não aconteceu. O advogado relatou também que, no dia do crime, Eugênio ofereceu um suco "amargo" para Lucas, que suspeitou da existência de drogas na bebida. Lucas teria acordado no meio da noite e viu Bozola esfaqueando o modelo.

Após ver a cena, Lucas tentou fugir. Porém, as portas estavam fechadas. Segundo o advogado, nesse momento o jovem pegou uma faca para se defender do ataque de Bozola e o acabou ferindo. O depoimento oficial de Lucas Cintra será na tarde desta terça-feira (30), na DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa). O acusado foi encontrado ontem (29), em Sertãozinho (SP), e logo em seguida foi preso.

Cyndi Lauper inaugura um abrigo para jovens LGBT sem casa


A cantora Cyndi Lauper vai inaugurar, em Nova York, um abrigo para jovens LGBT sem casa.

O abrigo, que vai levar o nome da música True Colors Residence é composto de 30 leitos, além de espaços de convivência.

A ideia surgiu depois de Cyndi descobrir que mais de 40% da população jovem desabrigada era LGBT.
No abrigo, os jovens vão receber ajuda para conseguir emprego e vão pagar o aluguel de acordo com o que estiverem recebendo.

Aniversariante do dia: Gerson Renato

Ontem, 30, Foi dia de festa para o presidente do Grupo Gay de Piripiri (GGP), Gerson Renato, que está trocando de idade.

Gerson também é um grande divulgador da terrinha em sua coluna
teens180.com/piripiri . A ele nosso desejo de felicidades e sucesso!

Parabéns e Feliz Aniversário!

Grupo Gay de Piripiri é destaque em sites da Capital

Grupo Gay de Piripiri é destaque em sites da Capital
Por Gabrielle Cunha / Acessepiaui.com

Aconteceu na última sexta-feira a 10º Parada da Diversidade de Teresina, que teve início as 16hs na Avenida Raul Lopes, seguindo até a rotatória da Universidade Federal do Piauí (UFPI) com retorno a Ponte Estaiada.

O evento reúniu um grande número de pessoas entre gays, lésbicas, simpatizantes e todos os públicos interessados no tema.

Muitas pessoas foram apenas no intuito de brincar e se divertir , como a estudante Milena da Fonseca (21), “É um momento da tolerância e é isso que eu sou, tolerante”, afirmou ela.

Algumas pessoas vieram de outras cidades, como é o caso de um grupo de amigos , o “GRUPO GAYS DE PIRIPIRI” que já existe ha 4 anos na cidade, “antes do grupo , a homossexualidade na nossa cidade não era bem vista, hoje somos respeitados por quem somos”, relatou o coordenador do grupo, Gerson Renato Oliveira.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Não treinaria um aluno gay, diz ex-campeão de luta livre

O ex-campeão do Pride e do UFC Rodrigo Minotauro tem medo de que algum lutador homossexual aproveite a pegação da luta para tirar uma casquinha dele. Foi o que o atleta revelou em entrevista à revista “Trip” deste mês, onde fala de sua infância e declara ainda temer alguma “maldade” de gays se lutar com eles.

Minotauro alegou que não tem preconceito, mas não treinaria um aluno gay porque ele, o aluno homossexual, poderia se aproveitar da proximidade dos corpos. “Eu não tenho maldade, não acho aquele contato físico sexual. Mas vai que ele tem essa maldade de ter um contato físico comigo, de ficar ali agarrado. Eu não teria problema nenhum de ter um aluno gay na minha academia, mas preferiria não treinar com ele."

Brasil tem maior parada gay, mas lidera em violência contra homossexuais

País que sedia a maior parada gay do mundo é também o líder no assassinato de homossexuais. Ativistas falam à Deutsche Welle sobre os riscos de ser gay no Brasil e avaliam se o país passa por uma onda de homofobia.

 

Segundo o antropólogo Luiz Mott, fundador da mais antiga associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil – o Grupo Gay da Bahia (GGB) – e um dos mais respeitados ativistas gays brasileiros, o Brasil é um país contraditório no que se refere à questão dos gays, lésbicas e transgêneros.

"Ao mesmo tempo que temos um lado cor-de-rosa, representado pela maior parada gay do mundo, que se realiza em São Paulo com mais de 3 milhões de pessoas, e temos mais de 200 grupos gays funcionando no país, temos um lado vermelho-sangue representado pelos assassinatos, pelas agressões contra os homossexuais no país", afirma.

Segundo relatório do Grupo Gay da Bahia, 260 homossexuais e travestis foram assassinados no ano passado em todo o país. O Brasil é assim o país com maior número de assassinatos de gays, lésbicas e travestis. Segundo o relatório do GGB, um homossexual é morto a cada 36 horas e esse tipo de crime aumentou 113% nos últimos cinco anos. Este ano, até o momento, foram registrados 144 mortes de gays, lésbicas e travestis, disse Mott à Deutsche Welle.

Além do maior índice mundial de assassinatos de gays, lésbicas e travestis, acontecimentos recentes envolvendo a situação do grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros) no Brasil podem levar a crer que uma onda de homofobia se instalou recentemente no país.

Escola sem homofobia

Em maio último, a presidente Dilma Rousseff determinou a suspensão da produção e distribuição do kit "Escola sem homofobia", que estava em planejamento no Ministério da Educação e deveria ser distribuído em milhares de escolas públicas brasileiras. O assim chamado kit anti-homofobia vetado por Dilma continha cartilha, cartazes, folders e vídeos educativos. O kit gerou polêmica e agora está sendo revisado, após reações de setores conservadores da política e da sociedade brasileiras.

Segundo Mott, esse foi "um material planejado com muito cuidado, onde se gastou mais de 2 milhões de reais e que teve a participação da Unesco, do Conselho Federal de Psicologia e de outras entidades, e que foi vetado por influência, por pressão do que existe de pior na política brasileira, que são deputados evangélicos conservadores e intolerantes".

Ao vetar o kit anti-homofobia, que deveria chegar a mais de 6 milhões de adolescentes e mais de 300 mil professores, o fundador do Grupo Gay da Bahia disse que a presidente Dilma Rousseff deu um mau exemplo em meio a um aumento extremamente preocupante da intolerância gerada pela homofobia.

Violência mais visível

Para Márcio Marins, presidente da organização Dom da Terra, ONG direcionada a gays afrodescendentes e adeptos de religiões de matriz africana, a "onda de homofobia, lesbofobia, transfobia no Brasil não aumentou, ela simplesmente está mais visível que em outros tempos".

Marins diz crer que, com os avanços de algumas políticas para esse segmento da população – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais –, os setores conservadores têm levantado mais a voz e procurado dar mais visibilidade às suas posições, que incluem "negar os direitos LGBTs".

Marins disse não acreditar que o índice de violência tenha aumentado no Brasil. "O que aumentou foi o número de denúncias", afirmou o ativista à Deutsche Welle.

Triste título

Outra grande polêmica em torno da situação dos homossexuais no Brasil é a não aprovação de um projeto de lei que criminalize a homofobia no Brasil. O projeto precisa ser votado no Senado Federal, mas enfrenta oposição de setores conservadores no Senado e de segmentos de fundamentalistas religiosos.

Segundo levantamento do GGB, nos últimos anos o Brasil tem sido o campeão mundial de assassinatos de homossexuais. São mais de 3.500 assassinatos nos últimos 30 anos, atingindo, em 2010, 260 homicídios. Desses, aproximadamente 70% eram gays, 25% eram travestis e 5%, lésbicas.


Manifestação contra homofobia no BrasilBildunterschrift: Manifestação contra a homofobia no Brasil

O segundo país mais violento é o México, com uma média de 35 assassinatos anuais. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 25. "O Brasil tem 100 milhões de habitantes a menos do que os EUA, mas registra 10 vezes mais assassinatos de gays e travestis por ano", disse Mott, acrescendo que menos de 10% desses assassinatos são esclarecidos pela polícia e vão a julgamento na Justiça. "Essa impunidade, com certeza, estimula novos assassinatos, o que torna a situação, a vida dos homossexuais no Brasil muito perigosa, muito arriscada."

Mott apontou que o "que é interessante e chocante" é que o número de prostitutas é muito maior no Brasil, mas as travestis são muito mais frequentemente assassinadas do que as prostitutas, o que revela que por trás desses crimes está de fato a homofobia, na medida em que as pessoas consideram que a travesti é um homossexual. "Tais pessoas são levadas à violência por causa da homofobia cultural que domina no Brasil", afirma o antropólogo.

Forças conservadoras

Mott lembra que tanto deputados quanto senadores dependem do voto dos eleitores para serem eleitos. "Para não ofender eleitores mais conservadores, católicos ou evangélicos, os parlamentares evitam apoiar projetos polêmicos, como a questão do aborto e a questão da equiparação da homofobia ao racismo", argumenta.

Para o antropólogo, seria lógico que a discriminação racial e a discriminação sexual fossem punidas com o mesmo rigor e com as mesmas penas. "Mas infelizmente existe no Brasil uma hipersensibilidade em relação à questão racial e uma indiferença em relação à violência, à discriminação contra os homossexuais. Nós não queremos privilégios, queremos direitos iguais, nem menos nem mais, e que a discriminação por homofobia tenha o mesmo tratamento que os crimes de racismo", afirma.

Para Marins, considerando que o racismo é muito presente no Brasil e "que a homofobia tem matado da maneira que tem matado, nós não demoramos a concluir que lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, se forem negros e se forem de religião de matriz africana, vão sofrer ainda mais preconceito do que um gay branco de classe média, bem posicionado profissionalmente."

Dia do Orgulho Hétero

Naquilo que pode ser entendido como uma reação de forças conservadoras às conquistas homossexuais, no início de agosto a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o projeto que cria o Dia do Orgulho Heterossexual. Dos 50 vereadores presentes, somente 19 se manifestaram contra.

No entanto, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou que irá vetar o projeto do Dia do Orgulho Hétero aprovado pela Câmara Municipal, alegando que o heterossexual, por não ser minoria, não sofre preconceito e ameaças e "não precisa de dia para se afirmar".
Também a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nota afirmando que a data é desnecessária. O projeto é de autoria do vereador Carlos Apolinario, membro da igreja evangélica Assembleia de Deus.

Luz no fim do túnel

Marins diz ter muito cuidado ao falar sobre quem são os religiosos fundamentalistas que lutam contra os direitos dos homossexuais e travestis no Brasil. "Não posso generalizar que são cristãos, até porque há tanta igreja cristã – protestante ou católica –, há tantas lideranças que trabalham muito bem conosco, respeitando os nossos direitos."

O presidente da ONG Dom da Terra explica que se trata de algumas lideranças, baseadas em dogmas religiosos, que têm influência direta no Congresso Nacional, sobre um grande número de deputados e senadores. E com a justificativa da garantia do direito da família, vêm tirando os direitos LGBTs, "como se os LGBTs também não fossem filhos de uma família e não formassem também novas constituições familiares".

"Nós formamos famílias", conclui Marins. E, nesse contexto, em meio às notícias negativas sobre a situação dos homossexuais no Brasil, a aprovação unânime pelo Supremo Tribunal Federal de Brasília da equiparação da união estável homoafetiva à união heterossexual, em maio último, pode ser vista como uma contrapartida e demonstra, segundo Mott, que o Poder Judiciário no Brasil é o mais moderno, o mais afinado com os direitos humanos de grupos minoritários, entre eles os homossexuais.

Autor: Carlos Albuquerque
Revisão: Alexandre Schossler

Vacina contra HPV reduz riscos de câncer anal

PARIS, 23 Ago 2011 (AFP) -Uma vacina, rotineiramente empregada na prevenção do câncer de colo do útero causado pelo papilomavírus humano (HPV), também reduz os riscos de câncer anal entre as mulheres, destacou um estudo publicado na edição desta terça-feira da revista científica The Lancet Oncology.

O teste foi realizado com 4.210 mulheres saudáveis com idades entre 18 e 25 anos na Costa Rica, imunizadas aleatoriamente, com a vacina Cervarix contra o HPV e uma vacina contra a hepatite para comparação.

Quatro anos depois, as mulheres foram submetidas a testes de infecção cervical e anal para os subtipos 16 e 18 do HPV, notoriamente relacionados ao câncer.

As mulheres que tomaram Cervarix demonstraram ter um risco 76% menor de desenvolver infecção cervical e 62% menor de infecção anal quando comparadas com outras que não tomaram a vacina.

A proteção foi ainda maior em um subgrupo de mulheres com mais propensão de não ter sido exposto ao HPV. Nesta categoria, a vacina demonstrou ser quase 89% protetora contra a infecção cervical para as duas cepas virais e quase 84% contra as infecções anais.

Embora o câncer anal seja raro - segundo algumas estimativas, a ocorrência é de apenas dois casos em 100.000 pessoas ao ano na população em geral -, as mulheres são duas vezes mais propensas a ter a doença do que os homens.

A razão para esta incidência maior é desconhecida, embora a relação anal passiva possa ser um fator.

Uma condição denominada neoplasia cervical também pode predispor as mulheres ao risco de desenvolver infecção anal por HPV, independente de ter havido relação anal.

Na população em geral, os grupos com maior risco de desenvolver câncer anal são os homens que fazem sexo com outros homens. Entre os gays não infectados pelo HIV, a incidência é de 40 casos por 100.000 indivíduos ao ano e entre os soropositivos, de 80 por 10.000.

Segundo uma pesquisa anterior, o HPV é a causa da maior parte dos cânceres anais. Quase quatro em cada cinco casos de câncer no ânus causados pelo HPV são provocados pelos subtipos 16 ou 18.

Em um comentário também publicado na The Lancet Oncology, os especialistas americanos Diane Harper e Stephen Vierthaler, da Escola de Medicina da Universidade do Missouri-Kansas City, afirmaram que o custo-benefício da vacina de HPV contra o câncer anal é nebuloso.

A grande pergunta é por quanto tempo a vacina se mantém eficaz, afirmaram.

"Sem duração de eficácia de pelo menos 15 anos, não se evitará, apenas se adiará o câncer em mulheres ou homens que fazem sexo com outros homens", escreveram.

"Faltam testes de eficácia e a incidência do câncer anal é rara. Vamos usar nossos recursos sabiamente", concluíram.

Jean Wyllys está entre os finalistas do Prêmio Congresso em Foco

Um parlamentar em terceiro mandato e dois estreantes na Câmara são os melhores deputados de 2011, segundo os jornalistas que cobrem o Congresso. O veterano Chico Alencar (Psol-RJ) e os novatos Reguffe (PDT-DF) e Jean Wyllys (Psol-RJ) foram os que mais bem representaram a população na Casa este ano, na avaliação da maioria dos 267 profissionais de imprensa, de 55 veículos, que votaram na primeira etapa do Prêmio Congresso em Foco.

Os três abrem a lista dos 25 deputados finalistas do Prêmio Congresso em Foco 2011.

Prefeitura do Paraná exige exame de HIV em concurso público

Um concurso para preencher vagas nas áreas de Administração, Educação, Saúde e Serviços Gerais na prefeitura de Matinhos, litoral do Paraná, pede exames de HIV para os candidatos, além de exames de sangue e urina. A exigência é de caráter eliminatório. O candidato deverá apresentar os resultados dos exames, entre eles, o que mostra que o não está com o vírus, para só depois realizar exame médico normal.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), que promove a cidadania, recebeu denúncia de moradores do município, segundo o presidente da entidade, Tony Reis.

- Nós recebemos a denúncia de duas pessoas da cidade de que a prefeitura estaria discriminando as pessoas que têm Aids. Ninguém deve ser obrigado a fazer teste compulsório de HIV. O objetivo disso é não selecionar o candidato com Aids no trabalho. Hoje sabemos que as pessoas com HIV podem sobreviver 20, 25 e 30 anos Isso caracteriza um tipo de discriminação que precisamos combater.

A Constituição prevê que são invioláveis a intimidade e a vida privada das pessoas, lembra Tony.

Em ofício enviado à prefeitura pedindo o fim da medida, ele cita um parecer de 1989 do Conselho Federal de Medicina a respeito da obrigação de um exame do tipo.

Segundo o texto, a realização de testes sorológicos de HIV viola direitos da pessoa, fere a Consolidação das Leis do Trabalho, além de contribuir em caso positivo para sua marginalização enquanto cidadão.

- A Organização Internacional do Trabalho (OIT) também é contrária a este tipo de medida. Toda a jurisprudência é contra essa tipo de pedido - explica.

A Associação promete entrar na Justiça, caso não haja uma mudança no edital.

Na prefeitura de Matinhos, ninguém foi encontrado para comentar o caso.

OAB: Estatuto da Diversidade Sexual é marco na defesa do ser humano

A Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil fez ontem (23) a entrega solene ao presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, do anteprojeto do Estatuto da Diversidade Sexual, durante ato no auditório da entidade. Elaborado com participação de 38 Comissões da Diversidade de Seccionais e Subseções da OAB, o anteprojeto de Estatuto deve ser submetido à sessão plenária de conselheiros federais da entidade em setembro próximo para início dos debates e possível votação acerca das propostas nele contidas, que "consagram uma série de prerrogativas e direitos a homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, trangêneros e intersexuais". Propõe também o reconhecimento das uniões homoafetivas. Se aprovado pelo Pleno, o Estatuto deve ser encaminhado juntamente com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) à apreciação do Congresso Nacional.

Ao conduzir a cerimônia de entrega do Estatuto, o presidente nacional da OAB destacou que a proposta representa mais um marco na história da entidade dos advogados na defesa da dignidade do ser humano. "Este é um momento de muita alegria e de muita responsabilidade para todos nós; independentemente de sermos homens, mulheres, homossexuais, gays ou lésbicas, somos seres humanos e contribuintes que recolhemos nossos impostos, trabalhando de sol a sol para que o Brasil possa melhorar e, por isso mesmo, exigimos igualdade", afirmou Ophir Cavalcante.

Da cerimônia de entrega do anteprojeto participaram também a secretária-geral adjunta do Conselho Federal da OAB, Márcia Machado Melaré; a presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual da entidade e coordenadora da elaboração do Estatuto, Maria Berenice Dias; a deputada federal Érika Kokay (PT-DF); a representante da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Nadine Borges; a presidente da Comissão de Diversidade Sexual da OAB de São Paulo, Adriana Galvão, e o presidente da Associação Brasileira GLBT, Toni Reis; além de representantes de diversas entidades da sociedade civil e movimentos de defesa da diversidade sexual.