sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vida de nadador gay será exibida no Cine Purpurina


A edição de abril do Cine Purpurina vai rolar no próximo domingo, 17, às 15h, na sede do projeto, em São Paulo. O filme que vai ser exibido é “Breaking the Surface”, que fala sobre a vida do nadador homossexual norte-americano Greg Louganis, portador do vírus HIV ganhador de quatro medalhas de ouro e uma de prata na categoria saltos ornamentais.
Logo após o filme rola um bate papo – sempre com pipoca e guaraná. O Cine Purpurina rola na Rua Major Sertório, 292 – República. A entrada é gratuita.
Por : Hélio Filho/Uol

Jogador de rugby exige desculpas de colega por comentários homofóbicos


Ben Cohen (foto), jogador inglês de rugby e defensor dos direitos LGBT, disse que ficou decepcionado com os comentários homofóbicos de Kobe Bryant, ala do time de basquete Los Angeles Lakers.
Bryant foi multado nesta quarta-feira (13) a pagar US$ 100 mil por ter xingado o árbitro Bennie Adams num jogo contra o San Antonio Spurs na última terça-feira. Irritado com a falta técnica marcada contra o seu time, Bryant jogou uma toalha sobre o banco de reservas e disse: "fucking faggot" (algo como "veado do caramba").


"É triste ver isto", disse Cohen em comunicado. "Como um atleta profissional e campeão mundial de rugby, entendo que haja o calor e a emoção durante a partida, mas devemos nos lembrar que corpos fortes devem vir acompanhados de personalidades fortes. Nossa posição como modelos exige isso."
Antes de receber a multa, Kobe Bryant se defendeu, dizendo que não tem nada contra os gays. "O que eu disse não pode ser interpretado literalmente. Minhas ações foram por conta da frustração que senti no calor do momento. As palavras que disse não refletem meus sentimentos a respeito da comunidades gay e não tinham a intenção de ofender ninguém", falou.

No mês passado, Ben Cohen inaugurou uma série de eventos intitulados "Beer with Ben" (cerveja com Ben, na tradução literal), cujo objetivo é percorrer os Estados Unidos para discutir o problema da homofobia e levantar verba para uma ONG que assiste estudantes homossexuais.

Homossexual e travesti se casam legalmente em prisão argentina

Uma peruana e um argentino se casaram legalmente na manhã desta quarta-feira (13/4) no Complexo Penitenciário I de Ezeiza, na Argentina. O casamento entre os detentos de diferentes pavilhões – ela, no de travestis e ele, no de homossexuais –, foi realizado 10 meses depois da aprovação da lei que autoriza o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo no país. 

Os anos anteriores ao casamento foram de muitos desafios para Eduardo P. e Vivian G., que se conheceram fora das grades, em 2005, mas acabaram presos na mesma unidade penitenciária. Ela chegou a fazer greve de fome para que os dois pudessem se encontrar nos lugares frequentados por detentos nas atividades cotidianas da reclusão, segundo o jornal argentino Página 12. 

Eduardo se desesperava com a situação e tentava alimentar a companheira. "Ele me passava coisas pela janelinha para que eu comesse, mas eu não queria nada. Ele me deixava papeizinhos, cartas", contou a noiva à publicação. 

Mas o casal teve um final feliz. A cerimônia de casamento contou com tudo o que manda o ritual: vestido branco, buquê, alianças, convidados emocionados e gritos de "Viva os Noivos!". "Sonho com isso desde que tinha 12 anos", afirmou ela, "sempre disse que com 18 anos começaria a me preparar para ter uma família. Queria ser mulher", disse a detenta, de cerca de 30 anos, que em um ano poderá recuperar sua liberdade. Eduardo, por sua vez, espera decisões da Justiça sobre seu futuro. 

A união civil não trará uma grande mudança nas condições de convivência dos recém-casados: cada um seguirá em seu pavilhão e poderão se encontrar em locais onde são realizadas oficinas com os detentos. Ambos terão, no entanto, direito à visita íntima a cada 15 dias, benefício que já solicitavam antes da realização da cerimônia. 

"Seria lindo um pavilhão de casais", disse a noiva, com esperança, ao jornal. Eduardo, no entanto, tem os pés no chão: "Eu sempre digo que aqui, estamos presos. É a realidade", desabafou. 

Direitos 

A união entre Eduardo e Vivian não é o primeiro casamento gay em uma prisão do país vizinho. Em agosto do ano passado, um mês após a aprovação pelo senado da uma lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, dois argentinos protagonizaram, em uma penitenciária de Mendoza, a primeira união civil do país entre internos homossexuais. 

Osvaldo Martín Torres e Jesús Acuña, também conhecido como Diana, formalizaram sua relação iniciada muitos anos antes, na própria cadeia: "Nos conhecemos aqui dentro há uns 11 anos e desde este momento, ela me ajudou muito a poder sair desta situação de drogas e crimes", afirmou Torres, na ocasião. 
Durante a cerimônia, que contou com a participação de cerca de 20 detentos, o diretor do presídio, Sebastián Sarmiento, ressaltou o "grande companheirismo" do casal.  "Eles são um exemplo de união e demonstraram ter um amor inseparável", elogiou. 

Jair Bolsonaro entrega a sua defesa e diz que homossexual não é "santo"


O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) entregou nesta quarta-feira (13) sua defesa contra as quatro representações que o acusam de racismo e homofobia à Corregedoria da Câmara dos Deputados. Em sua defesa, Bolsonaro negou que tenha sido racista e homofóbico nas declarações dadas ao programa "CQC", da Band.

Bolsonaro voltou a afirmar que não foi racista e que entendeu errado as perguntas feitas pelo programa. Também questionou o fato de que os produtores do programa poderiam ter ligado para ele para repercutir sua resposta, pois o quadro foi gravado no dia 13 de fevereiro e só foi exibido em 28 de março.

Em seu processo de defesa, o deputado lembrou de casos que considerou semelhantes ao seu. Por exemplo, quando, em 1993, o ex-ministro José Dirceu, na época deputado federal, assinou um projeto que pedia a volta da escravidão no Brasil. Na opinião de Bolsonaro, Dirceu teria sido racista e ninguém fez nada.

Em relação à homofobia, Bolsonaro voltou a fazer ataques violentos. Declarou que não teria "orgulho" de ter filho gay e revelou que vai continuar atuando contra os programas do governo voltados para a questão LGBT.

Agora, o processo vai ser analisado pela Corregedoria da Câmara, que decidirá que tipo de punição será aplicada ao deputado, isso se a punição acontecer de fato. Especula-se que Bolsonaro seja afastado da Comissão de Direitos Humanos.

Grupo paulistano de fieis gays quer igreja mais atuante com LGBT


São Paulo começou com o Happy Hour Abençoado na última quarta-feira, 13, no Casarão Brasil, um movimento para tirar a igreja, gay, de dentro da própria igreja. Depois de passar como pastor por algumas denominações evangélicas inclusivas ou não, Kim Ferreira agora quer formar um grupo de cristãos que tem como objetivo se reunir para colocar em prática preceitos de Jesus como amar ao próximo.
“Não é uma nova igreja”, avisa Kim, idealizador da iniciativa, explicando que se trata de uma iniciativa para reunir cristãos para comungar da palavra de Deus, mas principalmente fazer trabalhos em prol da comunidade LGBT. Uma iniciativa que surgiu de uma necessidade observada por ele no trabalho assistencial de outras igrejas, que é muito amplo e nem sempre atende as necessidades de homossexuais que precisam de algum tipo de auxílio.

O objetivo é reunir às quartas cristãos para atuar em trabalhos assistenciais com foco nas necessidades e especificidades da comunidade LGBT. “A travesti quando vai para um abrigo comum tem que tirar esmalte, não pode ser ela mesma”, exemplifica, já pensando em um futuro projeto. Isso com um modelo mais moderno, sem pagar dízimo, sem cargos que possam gerar cobiça, inveja e disputa e sem a pesada fôrma das normas e regras das igrejas.

Uma normatização que Kim denuncia ter ocorrido também na fundação de denominações inclusivas. “Copiou-se os mesmos erros”, aponta ele, que ajudou na abertura em São Paulo da Comunidade Cristã Nova Esperança (CCNE). A intenção não é tirar nenhum fiel de sua igreja, é realmente unir pessoas em busca de uma forma de expressão da fé que não tem regra, não tem roupa cara ou barata, que pode usar batom, esmalte, peruca e salto nos encontros.
A primeira reunião rolou na última quarta como um primeiro passo para esse caminho de uma fé mais liberta. Bem poucas pessoas foram, o que Kim atribui ao fato de o evento ter sido divulgado um pouco em cima da hora. A próxima está marcada para a próxima quarta-feira, 20, a partir das 18h, também no Casarão Brasil, que fica na Rua Frei Caneca, 1057 – Cerqueira César. Mais informações sobre como participar pelo e-mail kimsp61@gmail.com.