quinta-feira, 7 de abril de 2011

A cada 16 dias , uma pessoa troca de sexo!!!!!


Cirurgia ganha espaço no SUS; É uma violência viver em um corpo que não é seu, diz Carla Amaral, há 13 anos à espera da técnica

Quando ela passa, os homens esticam os olhos para tentar acompanhar por mais tempo o andar cheio de gingado, que tenta equilibrar a cintura fina, o quadril largo e os seios fartos. O corpo feminino de Carla Amaral não desperta só interesse. A mesma gatona também já escutou que é uma aberração, só um dos exemplos de violência que enfrentou.

Carla não nasceu Carla, mas sempre soube que era mulher, apesar do registro indicar sexo masculino. O último resquício que carrega da identidade que nunca assumiu é o pênis, que garante ser usado, de forma desconfortável, só para urinar. Hoje está até atrofiado, diz. Ela, há 13 anos, espera que o bisturi torne mais adequada a anatomia que reconhece como errada desde a maternidade.

A cada 16 dias, o procedimento cirúrgico tão aguardado por Carla é realizado em um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS). A chamada cirurgia de mudança de sexo foi um dos últimos atos cirúrgicos reconhecidos pelo governo brasileiro e entrou para a lista de procedimentos gratuitos só em 2008. De lá para cá, 57 cirurgias foram realizadas, sendo 10 no primeiro ano, 31 em 2009 e 16 até junho de 2010. A estatística é crescente, mas ainda irrisória perto da fila de espera formada por pessoas que, assim como Carla Amaral, sentem ter nascido no corpo errado.

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