segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eu sou eu, Por que sou gay?

O que mais escutamos é que nós não somos apenas nosso nome, nosso RG. Somos todas as pessoas que encontramos, as festas que fomos, as dores que tivemos, os beijos que demos ou recebemos, as vitórias, as derrotas, os abraços, todos os pedaços de nossa história. Somos em um corpo todo o universo. Crescer se sentindo diferente dos outros certamente nos causa uma percepção diferente do mundo. Sentir dor pode nos ensinar tanto a causar, quanto a respeitar a dor do outro. Quando você cresce sabendo que há algo de diferente em você, mesmo que não seja aparente, e um dia você descobre que se alguém souber, você pode ter muitos problemas, você vê dois caminhos: se defender atacando ou engolir toda a mágoa do mundo e aprender a não causar dor. Mas, às vezes, o aprendizado é tão tênue que acabamos fazendo os dois, é inevitável.


De todas essas coisas, eu sei que ter este segredo me ensinou a descobrir em quem confiar. Precisar me posicionar para que eu fosse reconhecido por quem eu sou e não por quem vai pra cama comigo me ensinou a ser homem. Ser condenado por uma mãe que não vê minhas qualidades me ensinou a não julgar. Segurar a mão do meu namorado em público e beijá-lo quando tenho vontade me ensinou que eu posso ter medo, não há nada de mal nisso, mas que eu posso igualmente me defender se alguém disser algo contra nós, afinal, eu sou homem. Se não fosse gay, quem eu seria? Não tenho ideia, não faz diferença, não é uma possibilidade, mas, se quer saber, eu fiquei realmente satisfeito com quem me tornei.

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